A imunoterapia com alérgenos, também conhecida popularmente como “vacina para alergia”, é uma forma de tratamento que busca diminuir a sensibilidade de pessoas que são alérgicas a determinadas substâncias (alérgenos). A imunoterapia induz o organismo do paciente a criar mecanismos de defesa, aumentando sua imunidade a determinado agente causador da alergia, o alérgeno, tornando-se mais “resistente”.

Embora seja conhecida como “vacina para alergia”, o termo não é o mais adequado, mesmo que comumente utilizado. Vacina, de maneira literal, é entendida como um medicamento aplicado no paciente para a prevenção de determinadas patologias. Isso não é o que ocorre com esse tratamento, pois a aplicação dos extratos de alérgenos não torna o paciente imune a doenças alérgicas. A imunoterapia age sobre várias células e sistemas, buscando diminuir o processo inflamatório e aumentar a capacidade de resistência diante dos fatores que levam a crises alérgicas.

Indicações da imunoterapia com alérgenos

Dentre os diferentes tipos de alergias, os que apresentam os melhores resultados para o tratamento com a imunoterapia são:

• alergias respiratórias (asma e rinite alérgica);
• alergia ocular (conjuntivite alérgica);
• alergias a picada de insetos (especialmente abelhas, marimbondos e vespas).

A imunoterapia é realizada em duas etapas. A primeira é a fase de indução, em que a aplicação é feita por via subcutânea e é iniciada em doses baixas, aplicadas semanalmente e aumentadas gradativamente, até que a dose de manutenção (dose máxima) seja atingida, que pode variar de paciente para paciente.

A segunda fase é a de manutenção, em que a aplicação passa a ser feita a cada 4 semanas. A regularidade das aplicações é fundamental, pois interromper o tratamento por períodos longos pode levar à diminuição do efeito terapêutico, aumentando a frequência e a intensidade das reações alérgicas.

O tratamento não costuma gerar uma resposta imediata, mas vai aliviando os sintomas da reação alérgica ao longo do tempo, com a formação dos anticorpos aos alérgenos no organismo. A estimativa é que 80% dos pacientes apresentam uma melhora significativa, contribuindo para a qualidade de vida.

Onde fazer a imunoterapia com alérgenos

As aplicações devem ser feitas em local apropriado – como clínicas, hospitais e pronto-atendimentos –, com a presença de profissionais capacitados para identificar e tratar possíveis reações adversas, como urticárias, coceiras generalizadas, espirros, tosse, falta de ar. O indicado é aguardar, após a aplicação, ao menos 50 minutos no local, por segurança.

Não há um período exato de tratamento pois pode variar de paciente para paciente, mas normalmente dura entre três e cinco anos. Após o fim das aplicações, os efeitos do tratamento ainda continuam por vários anos.