O uso de remédios para dormir pode ser uma alternativa segura para pacientes que apresentam algum tipo de distúrbio do sono ou dificuldade para adormecer. Porém, antes de prescrever tais medicamentos o médico deve pesquisar as causas para a insônia, visto que algumas delas podem ser tratadas mais eficientemente de outras maneiras.
O grande problema relacionado ao uso de remédios para dormir é a automedicação, ou seja, indivíduos que consomem tais fármacos sem orientação médica adequada e enfrentam graves efeitos colaterais. Mesmo quando indicados por um profissional de saúde, esses medicamentos devem ser utilizados por tempo determinado e o paciente deve ser constantemente acompanhado.
Quais tipos de medicamento podem induzir o sono?
Os medicamentos mais utilizados para induzir o sono são os antidepressivos e os hipnóticos. Os antidepressivos, como os benzodiazepínicos, têm meia-vida mais longa, podendo causar sonolência excessiva no dia seguinte, a hipersonia.
Já os hipnóticos — também chamados “Drogas Z” — atuam seletivamente nos receptores associados ao sono e são eliminados mais rapidamente do organismo. Porém, apresentam outros efeitos colaterais, como a dependência e a necessidade de doses cada vez maiores.
Há, ainda, pessoas que optam pelo uso de antieméticos (remédios para enjoo) e antialérgicos devido ao sono ser um de seus efeitos colaterais, porém seu uso constante e indiscriminado pode gerar graves consequências para a saúde.
Efeitos colaterais comuns dos remédios para dormir
O uso dos remédios para dormir pode causar efeitos colaterais durante o dia relacionados a sonolência excessiva. Dessa forma, o paciente torna-se mais susceptível a quedas, acidentes e outras consequências associadas à desatenção. Além disso, quando utilizados sem acompanhamento médico adequado, os hipnóticos podem causar dependência devido à tolerância ao medicamento.
Outros efeitos colaterais comuns dos remédios para dormir são o sonambulismo, alterações de memória, alucinações, ganho de peso, alteração de apetite e hipotensão postural. Já o uso de dosagens inadequadas e o consumo junto ao álcool e outras substâncias podem levar até mesmo à morte por parada respiratória.
Distúrbios do sono e depressão
Os distúrbios do sono podem estar associados à depressão, ansiedade ou hábitos inadequados. Portanto, um dos primeiros passos para a regulação do sono é a “higiene do sono”, que envolve alterações de hábito buscando regular o ritmo circadiano do paciente
Caso necessário, os antidepressivos e ansiolíticos podem ser utilizados no tratamento da insônia quando sua causa é a depressão. É válido ressaltar que durante a pandemia de Covid-19 houve um aumento de mais de 500% nas vendas dos remédios para dormir, segundo dados da Anvisa. Ou seja, os distúrbios do sono têm ampla relação com casos de depressão, ansiedade e estresse.
A importância do acompanhamento médico multidisciplinar
Como citado, as causas para a insônia podem ser diversas, incluindo desde distúrbios orgânicos até psiquiátricos. Nesse sentido, independente da terapia utilizada para a insônia — seja a higiene do sono, sejam os remédios para dormir —, é fundamental que haja um acompanhamento médico multidisciplinar.